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Pontos de Interesse

Ínsuas do Lima

O Monumento Natural Local das Ínsuas do Lima foi classificado em 2016, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 142/2008. Destaca-se na sua importância geomorfológica associada à atividade inversa da falha das Ínsuas (NNO-SSE) e da falha do Lima (ENE-OSO) (Carvalhido, 2012; Carvalhido et al., 2014; Carvalhido et al., 2016).

Para melhor compreenderemos as consequências geomorfológicas da atividade das falhas envolvidas no encaixe do estuário do rio Lima, observemos os processos de movimentação de uma falha inversa. Este tipo de falha, também designada como falha compressiva, ocorre quando a atividade tectónica exerce pressões positivas sobre o bloco rochoso. Em resultado desta compressão, o bloco deslocado movimenta-se para cima do plano original do maciço rochoso afetado.

Estas estruturas estão envolvidas no controlo da ampla depressão que constitui o troço vestibular do Lima, prolongada na planície aluvial que se desenvolve a diferentes altitudes de referência nas duas margens, formando dois compartimentos: o norte, mais soerguido, preserva o importante couto salineiro de Portuzelo-Meadela (altitude média de 2.6 a 3 metros n.m.m.); o sul, com altitude de referência mais baixa (0.1 a 2.3 metros n.m.m.), onde ocorrem as zonas húmidas da Veiga de S. Simão e as Lagoas de Vila Franca, bem como a área salineira de Darque e Mazarefes.

Relativamente ao encaixe do troço estuarino do rio Lima e com relação à atividade da falha das Ínsuas, observam-se importantes diferenças, nomeadamente no padrão – retilíneo vs. entrançado – nas principais formas de acumulação presentes no leito – barras laterais vs. barras longitudinais (ínsuas) – e na largura do canal – 300 m vs. 1100 m (embora com condicionamento artificial das margens), tendo por referência os setores a montante e a jusante do troço Mazarefes-Vila Franca.